quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Fiscalização contra desmatamento freia expansão de rebanhos bovinos na região Norte, diz IBGE


Ritmo de crescimento caiu de patamar acima de 4%, em 2010, para 2,7% no ano passado


RIO — A fiscalização contra o desmatamento está reduzindo o ritmo de crescimento da criação de bovinos na região Norte, informa a pesquisa de Produção Pecuária Municipal divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira. Entre 2010 e 2011, a expansão no número de animais na região foi de 2,7%, abaixo das taxas nos anos anteriores. Em 2008 e 2009 o crescimento havia sido superior a 3% e, em 2010, chegou a ultrapassar os 4%.

O Norte detém o segundo maior rebanho do país, com mais de um quinto (20,3%) de todos os bovinos do país, ficando atrás apenas do Centro-Oeste (34,1%). Apesar disso, o município com o maior número de cabeças no Brasil é o paraense São Félix do Xingu. Ele abriga mais de 3,4 milhões de cabeças de animais de grande porte, ou 1,6% dos 212,7 milhões de bovinos brasileiros. São quase 38 bovinos para cada um dos seus 91 mil habitantes. No país como um todo, o rebanho bovino cresceu 1,6% no ano passado.

Apesar de o aperto da fiscalização ter freado a proliferação de bovinos no Norte, ainda é lá um dos lugares onde o rebanho mais cresce. Embora a maior expansão, de 2,9%, tenha sido registrada no Nordeste, a região detém fatia bem menor do rebanho nacional (13,9%). No Sudeste, o avanço foi de 2,8%. Como comparação, o número de cabeças manteve-se estável nas regiões Centro-Oeste e Sul em 2011.

Entre os animais de médio porte, o rebanho de ovelhas foi o que mais cresceu no Brasil na 
comparação entre 2010 e 2011 (1,5%). Depois vêm os suínos (0,9%) e, por último, os caprinos (0,7%).

Em relação aos de pequeno porte, no mesmo período, o número de codornas teve forte 
crescimento, de 19,8%. Como consequência, o volume de produção de ovos de codorna cresceu 12,1%. Já o número de coelhos avançou 3,2%, enquanto o de galinhas ficou 2,6% maior e de galináceos expandiu (2,2%).

Quanto aos produtos de origem animal, além dos ovos de codorna, houve expansão importante na produção de mel de abelha (9,4%). Também foram produzidos 4,5% mais ovos de galinha no ano passado. A produção de leite avançou no mesmo ritmo, embora o IBGE tenha observado que o rebanho leiteiro do Brasil seja pouco eficiente na comparação com países rivais nesse mercado. Enquanto uma vaca europeia produz, em média, praticamente 6 mil litros por ano, o animal brasileiro dá apenas 1.382 litros. O Brasil, sexto maior produtor mundial, também perde em produtividade para os concorrentes EUA (5,7 mil litros), China (4.166 litros) e Índia (1.973 litros).

O único item cuja produção encolheu de um ano para o outro foi o casulo de bicho-de-seda, cuja queda foi de 11,8%.

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