Indígenas e
ribeirinhos ocupam canteiro de obras desde o dia 8 de outubro.
Justiça determinou regras para audiência de conciliação nesta terça, 16.
Indígenas
e a empresa Norte Energia, responsável pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, voltam a negociar nesta
terça-feira (16) a desocupação do canteiro de obras do Sítio Pimental,
paralisado desde o dia 8 de outubro. O encontro agendado para esta
segunda-feira (15) não aconteceu por dificuldades dos dois grupos em se reunir
em um único local. A Justiça Federal do Pará, porém, determinou medidas para
melhorar as condições de vida dos índios que estão acampados no local e
garantir que eles participem da audiência de conciliação.
A audiência acontece a partir das
14h nas proximidades do canteiro de obras do sítio Pimental para facilitar a
presença dos grupos envolvidos.
A Justiça determinou que a empresa Norte Energia deve
providenciar local adequado para a realização da reunião e fornecer água aos
indígenas e ribeirinhos acampados no canteiro de obras "a fim de
possibilitar o ingresso das partes em maior serenidade e salubridade, fator
que, por certo, favorecerá o deslinde pacífico da questão", ressalta o
juiz federal.
A Justiça determinou ainda que devem participar da
reunião de mediação representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai),
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) e da Norte Energia, enquanto as comunidades indígenas e ribeirinhas
serão representadas cada uma por sua liderança. Os grupos sem assistência
jurídica serão defendidos pela Defensoria Pública do Estado.
Policiais descaracterizados farão a proteção de
autoridades, índios e ribeirinhos. Os demais policiais devem manter distância
maior do local da reunião.
Entenda o caso:
Cerca de 200 manifestantes, entre
indígenas de diversas etnias, agricultores e pescadores ribeirinhos acamparam o
canteiro de obras da usina hidrelétrica de Belo Monte no dia 8 de outubro. O
grupo invadiu a área do Sítio Pimental, localizado perto do rio Xingu, no
sudoeste do Pará, em protesto contra a construção da usina. Segundo os
ocupantes, a água e a energia do local foram cortados.
A Usina Hidrelétrica de Belo Monte está sendo construída
no rio Xingu, no sudoeste do Pará, com um custo previsto de R$ 19 bilhões. O
projeto tem grande oposição de ambientalistas, que consideram que os impactos
para o meio ambiente e para as comunidades tradicionais da região, como
indígenas e ribeirinhos, serão irreversíveis.
A obra também enfrenta
críticas do Ministério Público Federal do Pará, que alega que as compensações
ofertadas para os afetados pela obra não estão sendo feitas de forma devida, o
que pode gerar um problema social na região do Xingu. Porém, na manhã desta
terça-feira (16), o juiz federal Arthur Pinheiro Chaves, da 9ª Vara de Belém,
extinguiu a medida cautelar promovida pelo MPF contra a Licença de Instalação
da UHE Belo Monte.
Segundo a empresa, o juiz federal reconheceu que "a
Norte Energia está cumprindo as condicionantes ambientais".
Nenhum comentário:
Postar um comentário